O PÃO DOS ANJOS. Quando Jesus instituiu a Eucaristia, Ele escolheu o Pão e o Vinho para perpetuar a sua divina presença entre nós. Por que o Pão e o Vinho?
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"MENSAGEM PARA QUINTA-FEIRA, DIA 21 DE ABRIL DE 2011, DIA DA INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA" |
"MENSAGEM PARA QUINTA-FEIRA, DIA 21 DE ABRIL DE 2011, DIA DA INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA". Jesus queria um alimento acessível a todos, sem distinção. O pão se encontra na mesa do pobre e do rico, no barraco e no palácio. Este alimento já é conhecido na História há 10 mil anos, em todos os povos. É feito de cereais, principalmente de trigo. O trigo belo e dourado.
Entre os romanos eram conhecidos vários tipos de pão: o pão do povo, o pão dos pobres, o pão do soldado, o pão do escravo. O pão do escravo era chamado “pão grosseiro”, “pão escuro”, “pão sujo”, “pão de luto”, “pão infame”. Havia outro tipo mais refinado. Era chamado “pão de luxo”, ou “pão de primeira qualidade”. Este pão de primeira qualidade tinha, na língua latina, o nome de “panis cândidus”, “panis múndus”. Quando Santo Inácio de Antioquia foi levado para o martírio, pediu aos cristãos romanos que não impedissem sua morte: “Eu sou o trigo de Cristo. Quero ser moído pelos dentes das feras, para me transformar num pão de primeira qualidade”. Ele falou “panis mundus”.
Este pão não era de cevada, nem de centeio ou de milho. Era de TRIGO. Foi este pão de Trigo, de Luxo, de Primeira Qualidade que a Igreja reservou para a Eucaristia. Tanto assim que os teólogos chegam a considerar inválida a consagração se o pão não for de trigo. Se houver mistura de outros cereais, o trigo deve prevalecer.
Na mesa da Eucaristia não existe o pão do escravo, o pão do mendigo, o pão do pobre. Todos participam do PÃO DE LUXO, O PÃO DE PRIMEIRA QUALIDADE. Nessa mesa ninguém é mendigo.
Os hebreus falam que Belém (Bet.lêhem = Casa do Pão) é o mesmo lugar onde aconteceu o sonho de Jacó, (lugar denominado Bet.él = Casa de Deus). Ali Jacó viu uma escada que ligava o céu e a terra. Por ela os anjos subiam e desciam com as orações dos santos. Agora não é preciso nenhuma escada. O céu já mora dentro de nós, com o Pão dos Anjos.
Na multiplicação dos pães, sobraram 12 cestos. O 12 é o número do infinito. Indica o eterno giro do sol nos 12 meses do ano. Jesus queria dizer: “Estou convosco todos os dias, como o sol no firmamento, até o fim dos tempos”. São Bernardo nos ensina: “O Amor não tem medida. A medida do Amor é o Amor sem medida”. Os 12 cestos já são 2 mil anos.
Junto com o Pão, Jesus nos deu também seu Sangue na forma de Vinho. Por quê?
O Vinho, em todas as culturas, sempre esteve associado ao Sangue e à Vida. Ele percorre em nossas veias 1000 quilômetros cada dia, levando a seiva da vida. Santo Agostinho faz um trocadilho. Fala de “Vitis” (videira) e “Vita” (vida). O Sangue da Uva, o Sangue de Cristo, nos dão a Vida.
Os romanos enfeitavam seus túmulos com cachos de uva e ramos de videira, augurando a vida para seus falecidos, no outro mundo. Os gregos chamavam o vinho “bebida da imortalidade”. Os chineses afirmavam que o vinho seria capaz de prolongar a vida por 400 anos. Mas Cristo não pensou apenas em 400 anos. Seu sangue é “o Sangue da Nova e ETERNA ALIANÇA”.
Nossa Senhora, em Caná, conseguiu de Jesus o milagre do vinho. Que Ele faça de novo para nós o milagre do Pão e do Vinho, para nos dar a vida eterna.
Essa é a certeza que temos. É promessa de Deus para todos nós. No Banquete Eucarístico somos iguais e a Vida Eterna é para todos os filhos e filhas de Deus.
Nossa querida Mãe do céu nos aponta o caminho e está sempre em posição de serviço, à frente do povo eleito e na retaguarda de Jesus, intercedendo e advogando por nossas causas. Observe quanta dedicação e amor para conosco!
Somos carinhosamente abençoados por Nossa Senhora e agraciados por Deus Pai com o maior de todos os presentes: Seu próprio Filho, Jesus!
Cf.: Dom Raymundo Assis, Cardeal Damasceno, O Pão dos Anjos, in: Revista de Aparecida, n. 27, Aparecida: Editora Santuário, 2004, pp. 01-02.