Indo e vindo. Trevas e luz. Tudo é graça. Deus nos conduz.
CRATO-CE, 3/29/2025
Hoje, aniversário de criação do povoado de Sorocaba em 15 de agosto de 1654, celebramos a festa de Nossa Senhora da Ponte, cuja imagem, chegada ao Brasil em 1771, é um símbolo expressivo da presença da Mãe de Deus em nossa Igreja e na alma de nosso povo. Invocar Nossa Senhora como “da Ponte”, qualquer que seja a origem dessa devoção, nos remete ao lugar ocupado pela mãe de Jesus, na obra de nossa Redenção. Não há como evitar que nos venham à mente todos os momentos narrados no evangelho da participação de Maria na missão salvífica de Jesus.
Jesus é o Sumo Pontífice, ou seja, a grande Ponte entre o céu e a terra, vale dizer entre o Pai e a humanidade. Mas para fazer a passagem, para ser o Pontífice dos bens futuros, o Verbo deveu nos chegar pelo ventre de Maria de quem o Pai, pelo ministério do arcanjo Gabriel, aguardou a resposta: “faça-se em mim segundo a tua palavra”. E, então, “o Verbo se fez Carne e habitou entre nós.” Desde então a mãe esteve unida ao Verbo feito carne no operar a salvação da humanidade. É impossível também não recordar o episódio das bodas de Caná quando Maria, sentindo a aflição da família que celebrava as bodas de seu filho, se dirigiu a Jesus, dizendo: “eles não têm mais vinho”. Jesus pertgunta “o que a mim e a ti, mulher?”(em tradução literal). E logo depois afirma: “Ainda não chegou a minha hora”. Mas Jesus faz o milagre e salva a festa.
O sentido, entretanto, da pergunta de Jesus “o que isso tem a ver conosco” (tradução pelo sentido) com a sequente afirmação “ainda não chegou a minha hora” revela que entre a “Mulher”, Maria, e Ele existe uma relação muito profunda que vai se revelar quando chegar a “Hora”. Quando chegou a “Hora” – é o mesmo evangelista João que narra – lá estava a ”Mulher”, de pé ao pé da Cruz. Foi quando Jesus lhe disse: “Mulher, eis aí o teu filho”, e, dirigindo-se logo ao discípulo,: “Eis aí tua mãe”. Como não ver na expressão “Mulher” uma referência ao texto de Gn 3,15: “porei inimizade entre ti e amulher, entre a tua descendência e a descendência dela”?
A Virgem Maria é a primeira resgatada por Cristo, preservada do pecado para unir-se a Ele na nossa salvação, participando do resgate de toda a humanidade, representada por João ao pé da cruz, a ponto de ser proclamada, pelo próprio Cristo, mãe dos resgatados, no instante mesmo em que o redentor consumava sua existência salvífica. Os padres da Igreja - primeiros escritores cristãos - chamaram Maria de “a Nova Eva” e São Bernardo, com muita acuidade, ao comentar a lancetada que transpassou o coração de Cristo, já morto, viu-nos nascer, como filhos de Deus, também do coração de Maria, onde somente de fato foi sentida a dor que rasgara o coração do crucificado.
Se a Igreja nasceu do coração transpassado de Cristo, donde jorrou sangue e água, símbolos do batismo e da eucaristia, todos nascemos também do coração de Maria que, ali estava de pé, em atitude de total entrega com Jesus à vontade do Pai. A Igreja Católica, firmada, nas Escrituras, representa Maria Santíssima, com muitas imagens, ora apresentando suas virtudes e sua participaçao singular na obra de nossa redenção, ora representando suas manifestações extraordinárias na vida do povo cristão. O primeiro fruto da redenção de Cristo, operada na Cruz, foi a redenção de Maria, por preservação do pecado original, e o fruto final, sua glorificação pela assunção, em corpo e alma, aos céus.
O caminho e o destino final da humanidade de Jesus são também o caminho e o destino final dos que o seguem. Em Maria tudo acontece com total perfeição e por primeiro. A ressurreição de Jesus foi vivida por ela com a mesma intensidade com que viveu seu sacrifício redentor ao pé da cruz. Não houve aparições de Jesus ressuscitado a Maria. Ela viveu em sua alma a ressurreição de Jesus no mesmo instante em que Ele ressuscitava. Sua alegria foi intensa, mais plena ainda do que aquela vivida quando do mistério da encarnação do Verbo. Sustentou os apóstolos na expectativa da vinda do Espírito Santo (At 1,14) e, com certeza, esteve com eles, animando-os, nos inícios da missão. Unida ao Cristo no caminho de sua existência terrena como mãe e como singular cooperadora, a Ele está unida, plenamente remida, na glória do céu, onde nos precedeu e de onde nos acompanha com sua intercessão permanente.
Se Cristo intercede permanentemente por nós, com certeza ela o acompanha também nessa intercessão, como o acompanhou até o ato extremo de amor com que Ccristo se ofereceu por nós na Cruz. Hoje, no estádio municipal, estaremos dando cumprimento à profecia de Maria quando cantou as glórias de Deus que nela realizava maravilhas: “de agora em diante todas as nações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,40). Nossa Senhora da Ponte, rogai por nossa cidade e fazei-nos discípulos fieis de Jesus!
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
O fundamento histórico provável, embora na discordante literatura apócrifa, é de algum modo revestido de elementos secundários, copiados da história da mãe de Samuel. Faltando no Evangelho qualquer menção dos pais de Nossa Senhora, não há outra fonte senão os apócrifos, nos quais não é possível encontrar, entre os predominantes elementos fantásticos, alguma informação autêntica, recolhida por antigas tradições orais. O culto para com os santos pais da Bem-aventurada Virgem é muito antigo, entre os gregos sobretudo. No Oriente venerava-se santa Ana no século VI, e tal devoção estendeu-se lentamente por todo o Ocidente a partir do século X até atingir o seu máximo desenvolvimento no século XV. Em 1584 foi instituída a festividade de santa Ana, enquanto são Joaquim era deixado discretamente de lado, talvez pela própria discordância sobre o seu nome que se revela em outros escritos apócrifos, posteriores ao Proto-evangelho de Tiago.
Além do nome de Joaquim, ao pai da Virgem Santíssima é dado o nome de Cléofas, de Sadoc e de Eli. Os dois santos eram comemorados separadamente: santa Ana a 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. Em 1584 também são Joaquim achou espaço no calendário litúrgico, primeiro a 20 de março, para passar ao domingo da oitava da Assunção em 1738, em seguida a 16 de agosto em 1913 e depois reunir-se com a santa esposa no novo calendário litúrgico, no dia 26 de julho. “Pelos frutos conhecereis a árvore,” disse Jesus no Evangelho. Nós conhecemos a flor e o fruto suavíssimo vindo da velha planta: a Virgem Imaculada, isenta do pecado de origem desde o primeiro instante de sua concepção, por um privilégio único, para ser depois o tabernáculo vivo do Deus feito homem. Pela santidade do fruto, Maria, deduzimos a santidade dos pais, Ana e Joaquim. (Um santo para cada dia, Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini, São Paulo, Edições Paulinas, 1983, p. 235).
ORAÇÃO A SANTA ANA
Você semeou bondade e alegria no meu caminho. Muito obrigado.

- Mazinho Dias
- "Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz". (Madre Teresa de Calcutá). "No deserto do mundo, a única terra fértil é o coração do homem". (Dom Hélder Pessoa Câmara). "Deus emerge em cada experiência de fraternidade". (Teólogo Leonardo Boff).
Os amigos de longe e os de perto, os antigos e os mais recentes, os que vejo diariamente e os que raramente encontro.
Os que são sempre lembrados e os que, às vezes, deixo esquecidos.
Os das horas difíceis e os das horas alegres e divertidas, os que sem querer me magoam e os que mesmo querendo.
Aqueles que conheço profundamente e os que eu conheço superficialmente, os que me devem pouco e os que eu devo demais.
Os que me incentivam, estimulam e me fazem crescer como ser humano.
Os que me admiram e me amam sem que eu perceba e os que eu admiro e estimo sem dar-lhes a entender.
Os mais jovens e os mais antigos, os mais humildes e os mais importantes.
Quisera, Deus, eu pudesse armar esta árvore com raízes bem profundas, para que seus nomes nunca fossem arrancados de minha vida.
Uma árvore de ramos extensos para que novos nomes vindos de todas as partes possam juntar-se aos já existentes.
Uma árvore de sombra agradável e bem frondosa, para que nossa amizade seja sempre de momentos de paz, alegrias, brilho, amor, certeza de sinceridade, confiança, prazer e momentos de repouso diante da luta do nosso dia-a-dia.
A casa santa de Loreto sempre fora, no entanto, objeto de estudos. E foram esses estudos bem recentes que vieram revelar fatos novos que possibilitam a reconstituição da história do surgimento da santa casa de Loreto. O Santuário de Loreto, conforme uma antiga tradição, guarda a casa que morou Nossa Senhora, em Nazaré, na Galiléia.
A casa da Virgem Santíssima, naquela cidade, era composta de duas partes: uma gruta escavada na rocha, ainda hoje venerada na Basílica da Anunciação, em Nazaré, e a outra que era uma construção de pedras na frente da gruta. Consoante a tradição, em 1291, quando os cruzados foram expulsos da Palestina, após a queda do Porto de Acon, a parte construída com pedras foi transportada por meio dos anjos, primeiramente para a Híria e depois para o território lauretano (10 de dezembro de 1294). Atualmente, com base em novas indicações documentárias e nos resultados das escavações arqueológicas no subsolo da santa casa (1962-1965) e em estudos filológicos e iconográficos, se vai sempre mais consolidando a hipótese de que as pedras da santa casa foram trazidas em navios por iniciativa dos homens. De fato, um documento de setembro de 1294, descoberto recentemente, atesta que Nicéforo Ângelo, déspota do Epiro, dando sua filha Itamar como esposa a Filipe de Táranto, quarto filho de Carlos II de Angió, rei de Nápoles, entregou a ele uma série de dotes de casamento, entre os quais apareciam, com clara evidência, "as santas pedras da casa de Nossa Senhora, a Virgem Mãe de Deus, que foram trazidas para cá".
Este dado está de acordo com o que dizem alguns estudiosos do início deste século. Afirmam eles, com efeito, ter lido esta notícia em outros documentos do arquivo do Vaticano, presentemente desaparecidos. Neles se lia que uma família bizantina chamada “dos Anjos”, em latim, “De Angelis”, no século XII, salvou da destruição muçulmana as pedras da santa casa, de Nazaré, e as mandou trazer para Loreto a fim de construir aqui a capela.
Também alguns achados arqueológicos confirmam o documento de 1294. Foram encontradas debaixo da santa casa duas moedas de Guido de La Roche, duque de Atenas, de 1287 a 1308, época da transladação da santa casa. O duque era filho de Helena dos Anjos, prima de Itamar e vassalo de Filipe de Táranto. Além das moedas, numa parede da santa casa há uns rabiscos onde parece que se pode ler ATENEORUM, isto é, dos atenienses, com referência ao âmbito geográfico da família “dos Anjos”. E mais, uma moeda de Ladislau de Angió-Durazzo, bisneto de Filipe Táranto e rei de Nápoles, de 1386 a 1414, se achava na parede entre pedras juntamente com cinco pequenas cruzes de fazenda vermelha, distintivo dos cruzados ou, mais provavelmente, de cavaleiros de uma ordem militar que, na Idade Média, defendia os lugares santos e suas relíquias.
Encontravam-se, ainda, as cascas de um ovo de avestruz que lembra a Palestina e era símbolo do mistério da encarnação. De grande importância são igualmente certos grafitos rabiscados em algumas pedras da santa casa. Estes daqui se assemelham muito aos que foram encontrados também em Nazaré. Provavelmente do nome da família “dos Anjos” (DE ANGELIS), do Epiro, surgiu a versão popular de que a santa casa veio para cá mediante o "ministério angélico", isto é, transportada pelos anjos.
A Igreja, desde os primeiros tempos, vem cultivando com grande piedade a memória dos defuntos e oferecendo por eles seus sufrágios (cf. LG 50). Nos ritos fúnebres a Igreja celebra com fé o mistério pascal, na certeza de que todos que se tornaram pelo Batismo membros do Cristo crucificado e ressuscitado, através da morte, passam com ele à vida sem fim (cf. Rito das Exéquias, 1).
A celebração da comemoração de todos os fiéis defuntos teve início, também em Roma, no séc. XIV. (Missal Romano, São Paulo, Edições Paulinas, 1982, p. 693).
Até quando o Senhor Jesus virá em sua glória, e, destruída a morte, ser-lhe-ão submetidas todas as coisas, alguns de seus discípulos são peregrinos na terra; outros, que passaram desta vida, estão se purificando; outros, enfim, gozam da glória, contemplando a Deus. Todos, porém, comungamos na mesma caridade de Deus. Portanto, a união daqueles que estão a caminho, com os irmãos falecidos, de maneira alguma se interrompe, antes vê-se fortalecida pela comunhão dos bens espirituais (cf. LG 49).
Oremos. Ó Deus, fizestes o vosso Filho único vencer a morte e subir ao céu. Concedei a vossos filhos e filhas superar a mortalidade desta vida e contemplar eternamente a vós, Criador e Redentor de todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (Missal Romano, São Paulo, Edições Paulinas, 1982, p. 695).