O QUARTO REI MAGO
(Dia 06 de janeiro de 2011 – Dia dos Reis Magos)
O Evangelho de Mateus descreve a visita dos magos a Jesus em Belém, guiados por uma estrela. As antigas comunidades cristãs adicionaram à história do Evangelho o título de “reis”, o número de “três” e os seus “nomes”. O texto de Mateus também conta que os magos vieram adorar o Menino e entregar seus presentes: ouro, incenso e mirra.
Uma antiga história conta que existia um quarto rei mago, que se chamava Artabam. Os quatros venderam tudo o que tinham e compraram os presentes. Artabam escolheu como presentes pedras preciosas: um rubi, uma esmeralda e diamantes.
Quando estava a caminho de Belém, Artabam escutou gemidos que um homem, assaltado à beira do caminho, emitia de maneira intermitente. Comovido, colocou-o no seu camelo, o levou a uma pousada próxima, cuidando dele até que se recuperasse o suficiente. O dono da pousada exigiu o pagamento pelos serviços prestados. Então Artabam, sem pestanejar, pegou o rubi dentro de sua bolsa e entregou ao dono da pousada.
Procurou a trilha dos outros reis magos, mas a estrela já tinha desaparecido do céu. Dormiu morto de cansaço. Ao acordar, partiu de novo sem os amigos, sem a estrela para orientá-lo e continuou seu caminho. No fundo do coração, ele sabia que, algum dia, iria encontrar seu Rei.
A certa altura da caminhada, avistou uma caravana vindo em sua direção. Quando se aproximaram, viu que se tratava de um comboio de escravos sendo levados para a morte. Artabam olhou para eles e sentiu compaixão e amor. Pegou as esmeraldas e os diamantes e comprou os escravos, libertando-os em seguida. Quando todos já haviam partido, Artabam ficou sozinho.
O sol se pôs e a escuridão tomou conta do deserto. Entre lágrimas, Artabam olhou para o céu estrelado. Não tinha mais presentes para oferecer, não havia mais a estrela guia, tinha perdido o contato com seus três amigos.
Existem dois finais para esta lenda. Vamos a eles.
A estrela de Belém apareceu novamente para Artabam, mas ele desistiu de segui-la, pois nada mais tinha a oferecer ao Menino. De repente, uma voz misteriosa lhe disse: — Não é tarde, não, Artabam. Você chegou na hora certa. Quero que saiba que seus presentes foram os primeiros que recebi quando nasci. Você foi o primeiro a encontrar-me, o primeiro a me homenagear e o primeiro a me presentear.
Uma segunda versão conta que Artabam foi assaltado e saqueado por ladrões, perambulando pela região da Palestina por muitos anos. Nunca desistiu de encontrar o seu Rei. Um dia, passando próximo a Jerusalém, encontrou três homens crucificados. Um deles lhe perguntou o que procurava. Artabam respondeu que há mais de 30 anos buscava o Rei dos Judeus. O homem lhe disse: “Pois acaba de encontrar!”.
Cf.:
http://vini_fernandes.sites.uol.com.br/sercatolico/Janeiro2002_4.htm
O QUARTO REI MAGO
(Dia 06 de janeiro de 2011 – Dia dos Reis Magos)
Os magos que foram visitar Jesus não eram três, mas quatro. É isso que nos conta uma antiga lenda russa. Diz esta lenda que os quatro reis magos vinham viajando por quatro caminhos diferentes, e cada um trazia o que existia de mais precioso em seu país: um levava ouro reluzente, outro, incensos cheirosos, o terceiro, mirra excelente. O quarto mago era o mais jovem e trazia três diamantes de valor incalculável. A estrela misteriosa seguia à sua frente e, sem descanso, eles a seguiam.
Em nenhum deles ardia tão forte o desejo de ver a Jesus como no rei mais jovem. Ao final ele cavalgava todo compenetrado em seus pensamentos e sonhos. Mas, de repente, ouviu um choro, um soluçar tão triste que foi arrancado dos seus sonhos. Na poeira, viu uma criança que estava muito machucada e ferida. Uma criança tão estranha, delicada e sem ajuda. Com grande compaixão, ele a ergueu cuidadosamente até o seu cavalo. Na vila, ninguém conhecia a criança. Mas o jovem mago afeiçoou-se tanto a ela que a entregou aos cuidados de uma boa senhora. De sua algibeira retirou um dos diamantes e o entregou à criança para que tivesse um futuro assegurado. Mas, então, tinha que seguir viagem para alcançar a estrela que havia perdido de vista. E, que alegria, um dia reencontrou a estrela e seguiu-a apressadamente.
A estrela conduziu-o por uma cidade. Um cortejo fúnebre vinha ao seu encontro. Atrás do esquife seguia uma mulher com seus filhos. Uma expressão inconsolável marcava o rosto dela, e as crianças agarravam-se desesperadamente à mãe. O rei desceu do cavalo, porque reconhecia que não apenas a tristeza pelo falecimento causava tanta dor. Soube que o pai estava sendo levado à sepultura e, de lá, a mãe e os filhos seriam vendidos como escravos, porque ninguém queria assumir as suas dívidas. Então o rei tirou a segunda pedra preciosa da algibeira. Sobre a palma de sua mão o sol a fazia brilhar e reluzir. Ela era destinada ao rei recém-nascido. Mas, com um rápido movimento, o rei a colocou na mão da viúva: "Paguem as suas dívidas e, com o que sobrar, construam um novo lar!", disse ele antes de subir no cavalo e voltar a andar atrás da estrela.
Atravessou um país estranho. Havia guerra ali: dor, miséria e sangue cobriam a terra e os corações. Numa aldeia, os agricultores tinham sido ajuntados para morrer de uma morte cruel. Nos casebres choravam mulheres e crianças. O jovem rei ficou aterrorizado. Restava-lhe apenas um diamante. Será que deveria chegar de mãos vazias diante do rei da humanidade? Mas esta desgraça era tão terrível que ele, com mãos trêmulas, entregou seu último diamante para resgatar as pessoas e a aldeia da destruição, do abuso e da morte.
Cansado e triste, seguiu seu caminho. A estrela tinha se apagado. Por muito tempo, procurou em vão. Uma profunda tristeza abateu-se sobre ele. Será que tinha sido infiel à sua vocação? O medo de nunca mais poder encontrar a Jesus corroia o seu coração. Para onde ia seu rumo? Peregrinou por anos e anos. Por fim, andou a pé, pois tinha doado também seu cavalo.
Certo dia, no porto de uma grande cidade, ele chegou no justo momento em que o pai estava sendo arrancado da esposa e dos filhos infelizes para ser levado como escravo a um navio de condenados, uma galé. O jovem rei intercedeu por aquele homem. Contudo, como nada adiantasse, ele próprio ofereceu a sua liberdade e desceu no lugar do outro como escravo à galé.
As batidas surdas ecoavam pelo navio, marcando o ritmo das remadas. Acorrentado ao banco dos condenados, em caso de tempestade ou luta, ele com certeza morreria. Tinha agido de forma absurda? Não era difícil demais o que ele estava assumindo? Nesta hora perigosa, em que seu espírito se rebelava e o seu coração se endurecia, a estrela, sua estrela, que ele não mais esperava ver no céu, voltou a brilhar, dentro do seu coração. E essa luz o preencheu com uma tranqüila certeza de que, apesar de tudo, estava no caminho certo e havia agido de forma correta. Consolado, tomou o remo. Esqueceu-se de contar os anos. Mas seu coração não conhecia a amargura, porque a estrela continuava a brilhar para ele. Há muito tempo as pessoas tinham notado aquele escravo tão diferente. E aconteceu o que ele jamais tinha esperado: deram-lhe a liberdade. Numa praia desconhecida, desceu do navio. Um pescador o hospedou durante a noite.
Naquela noite, ele sonhou com a sua estrela. Uma voz chamava: "apressa-te!" Na mesma hora, ele se pôs a caminho. E - que milagre - quando caminhava na escuridão, eis que a estrela reluziu diante dele. Seu brilho era vermelho como o pôr-do-sol.
Apressou-se e chegou às portas de uma grande cidade. Nas ruas havia um alvoroço barulhento. Grupos de pessoas agitadas eram dispersados à força. E muitos saíam para fora dos muros. Aquela multidão o arrastou, ele nem sabia como. Um medo profundo angustiava seu peito. Subiu a um pequeno morro. Em cima, entre céu e terra, erguiam-se três troncos, três cruzes. Que era aquilo?
A estrela que devia conduzi-lo ao rei da humanidade parou sobre a cruz do meio, reluziu mais uma vez e se apagou. Foi aí que o olhar do homem do tronco o atingiu. Toda a dor, todo o sofrimento do mundo ardia naqueles olhos, mas também transpirava de sua pessoa toda a bondade, todo o amor e uma misericórdia infinita. As palmas de suas mãos, perfuradas por pregos, estavam retorcidas. Parecia que raios de luz saíam dessas mãos.
Subitamente, o rei teve a certeza: "Este é o rei da humanidade, é Jesus, o salvador do mundo, pelo qual eu me consumi em saudade!" Ele caiu de joelhos debaixo da cruz. O que ele tinha a oferecer? Estendeu sua mãos vazias ao Senhor. Então três gotas rubras de sangue caíram em suas mãos. Elas tinham um brilho mais forte do que qualquer diamante. Neste momento, um grito ecoou pelos ares. O Senhor inclinou a cabeça e expirou. Aos pés da cruz o rei também jazia morto. Suas mãos seguravam as gotas de sangue. Até ao morrer, contemplava o Senhor na cruz.
Cf.:
http://www.luteranos.com.br/articles/12546/1/Mt-021-12---A-lenda-do-quarto-Rei-Mago/1.html